Investidores passaram a levar em conta os custos com a Justiça do Trabalho de diferentes praças antes de tomar decisões a respeito de onde instalar empresas, segundo advogados que assessoram grupos estrangeiros.

É uma espécie de planejamento tributário que, no lugar de impostos, leva em conta indenizações trabalhistas.

"Preços no Brasil passaram a ter um delta dos custos de ações na Justiça do Trabalho", diz Carlos Fernando Siqueira Castro, do escritório que leva o seu sobrenome.

A banca tem coeficientes de qual o impacto dos pagamentos ordenados por juízes para cada real de salário pago aos funcionários, afirma.

"Os Tribunais Regionais do Trabalho são muito diferentes entre eles, e há empresas que deixam de ir a uma cidade por conta do perfil dos juízes", diz Caroline Marchi, sócia do Machado Meyer.

No Rio Grande do Sul, empregadores foram ordenados a pagar R$ 12.400 por processo -41% a mais que na Grande São Paulo, onde a base salarial é maior, afirma Marchi.

A atuação do MPT (Ministério Público do Trabalho), embora não contabilizada em um coeficiente, também passou a ser levada em conta na hora de escolher um local.

(Folha de S. Paulo)

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