Entra em cartaz no circuito de cinema no próximo dia 21 de abril o filme Em Nome da Lei, que festeja o heroísmo de um juiz que, com a ajuda do Ministério Público e da Polícia Federal, acaba com o contrabando e o narcotráfico na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Dirigido por Sérgio Rezende, o filme se baseia no caso do juiz federal Odilon de Oliveira que, realmente, enfrentou o banditismo na fronteira, o que lhe custou grande sacrifício pessoal em razão da ameaça de vingança do grupo que a justiça dizimou.
Em nome da Lei traz Paolla Oliveira, que faz o papel de procuradora da República e Mateus Solano, no papel do juiz-herói. Mas o destaque são as atuações de Chico Diaz, que encarna "El Hombre", o Al Capone local; e Sílvio Guindane, o piloto do contrabando.
Os cerca de dez juízes que foram àavant-premiére nesta segunda-feira (11/4), no Cinemark do shopping Iguatemi, gostaram do filme, mas riram bastante da visão estereotipada dos personagens e da licença artística do diretor. O filme é bem estruturado, mas projeta a visão popular que o público em geral têm da Justiça.
Mateus Solano disse que por falta de conhecimento de como trabalha Sergio Moro, seu ideal de juiz, inspirou-se em Joaquim Barbosa para montar seu justiceiro. O diretor Sérgio Rezende explicava repetidamente que a desconexão da história com a realidade de Odilon Oliveira é porque o filme não é uma biografia desse juiz. "Apenas foi inspirado nele", esclarecia.
No evento de lançamento, o ator que viveu o juiz justiceiro na ficção encontrou o desembargador Fausto De Sanctis, que ficou conhecido por ter prendido Daniel Dantas; o juiz Alessandro Diaferia, que ganhou destaque ao prender o ex-senador Luiz Estevão; e o juiz Fernando Mendes, presidente da Associação dos juízes federais de São Paulo.
O desembargador federal Nino Toldo, presente na sessão especial, é condescendente com as fantasias do diretor. "As pessoas, no mundo todo, têm uma idealização do juiz como uma pessoa paradigmática, com superpoderes. É compreensível", admite. Mas faz uma ressalva: "O problema é se o juiz acreditar nisso. O juiz tem seus limites na Constituição e nas leis. A elas deve obediência". E conclui: "O filme tem uma história a contar, precisa ser divertido. Em Nome da Lei conseguiu isso".
Para o advogado Antonio Corrêa Meyer, o filme é oportuno e chega no momento adequado. "Passa a imagem correta no plano ético e moral." Não é o caso de examinar a coerência ou a lógica jurídica, diz Meyer. "A intenção dos realizadores foi dar a visão humana dos personagens envolvidos, com suas emoções, vaidades e fraquezas".
(Revista Consultor Jurídico - 13.04.2016)
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