Por Luís Viviani

Embora todas as áreas do escritório Machado Meyer tenham apresentado algum crescimento em 2018, o ano, segundo Tito Andrade, sócio administrador da banca, foi de muitas incertezas por causa do cenário político-econômico.

O sócio enxerga com otimismo as possibilidades do novo ano. Além de uma retomada “mais robusta” das operações de M&A e “investimentos substanciais em Infraestrutura”, Andrade aposta na recuperação dos setores Imobiliário e de Mercado de Capitais.

Na visão do escritório, a implementação da reforma da Previdência nos primeiros meses do novo governo, será “muito importante para sinalizar que estamos em um cenário de mudanças e atrair os investidores”.

Para o investidor, diz Andrade, também é muito importante que tenhamos um Judiciário altamente técnico, decisões céleres, alto grau de previsibilidade e respeito ao devido processo legal.

Leia a íntegra da entrevista com Tito Andrade, sócio administrador do Machado Meyer Advogados:

Quais áreas registraram crescimento e quais tiveram retração em 2018?

De uma maneira geral, todas as áreas apresentaram crescimento. Umas mais, outras menos, mas foram resultados positivos.

Neste ano, tivemos dez promoções à sociedade e seguimos consolidados. Temos um crescimento rentável e nosso foco é o desenvolvimento dos negócios com melhoria contínua do processo de gestão.

Os movimentos surpreenderam o escritório ou os avanços e recuos eram esperados nestas áreas?

Já esperávamos esta movimentação. O ano de 2018 foi de muitas incertezas, por causa do cenário político-econômico, mas mantivemos um acompanhamento muito regular das mudanças para adequarmos nossas ações sempre em busca do melhor resultado.

Quais as grandes vitórias da banca em 2018 tanto no Judiciário quanto no âmbito administrativo? E quais as derrotas mais sentidas?

Neste ano tivemos boas vitórias.

Em Tributário, representamos o Instituto Aço Brasil, cujas associadas são as maiores siderúrgicas do país, em pedido de ressarcimento dos resíduos tributários que remanescem na cadeia de exportação. E, após vencer um BID público, o escritório se tornou o responsável pela modelagem de legislação tributária, no novo marco regulatório, para o mercado de gás natural junto ao Ministério de Minas e Energia.

Para M&A, houve a atuação na compra da Unidas pela Locamerica e na criação da Joint Venture “Todos Juntos Somos Mais” JV para programa de pontos da  Votorantim Cimentos, Gerdau e Tigre no qual atuamos como deal counsel.

Nas áreas de Mercado de Capitais e Banking, atuamos na reestruturação de dívidas do Grupo JBS e no financiamento do Aeroporto RioGaleão junto ao BNDES representando a Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro S.A. (RioGaleão).

Já em Contencioso, trabalhamos na negociação de um novo Termo de Ajustamento de Conduta representando a empresa Samarco em relação ao acidente em Mariana (MG).

No geral, foi um ano desafiador, mas com destaques bastante positivos.

O que esperava que aconteceria neste ano que na prática não se concretizou?

Começamos o ano mais otimistas com o cenário econômico, mas houve uma redução das expectativas devido ao cenário político, que acabou gerando muitas incertezas e manteve os investidores bastante cautelosos.

O escritório aposta em quais áreas para crescer em 2019?

O ano de 2019 deverá ser muito positivo. Acreditamos em uma retomada mais robusta das operações de M&A, investimentos substanciais em Infraestrutura, e recuperação dos setores Imobiliário e de Mercado de Capitais.

Também esperamos crescimento das áreas de Tecnologia e Compliance.  Na nossa visão, a implementação da reforma da Previdência nos primeiros meses do novo governo será muito importante para sinalizar que estamos em um cenário de mudanças e atrair os investidores.

Quais as perspectivas para o mercado de advocacia em 2019?

Este é um mercado competitivo, mas com as boas perspectivas econômicas, acreditamos que 2019 será positivo e entendemos que o escritório está muito bem posicionado para acompanhar o aumento da demanda por serviços jurídicos.

Quais as perspectivas do escritório sobre o Judiciário em 2019?

Para o investidor é muito importante que tenhamos um Judiciário altamente técnico, decisões céleres, alto grau de previsibilidade e respeito ao devido processo legal.

Qual lei o escritório espera que será o grande destaque do próximo ano?

A que permita a Reforma da Previdência.

O que o escritório espera do novo governo?

Esperamos que ele seja capaz de unir o país com uma agenda de respeito à Constituição e inclusão. Além disso, temos uma demanda de investimentos represada. Caso o novo governo consiga articular as reformas (Tributária e Previdenciária) poderá perseguir uma agenda bastante necessária de investimentos em infraestrutura e buscar alcançar um crescimento econômico  sustentável ao longo dos quatro anos de governo.

Raio-x do escritório

Crescimento percentual: entre 5 e 10%
Número de sócios: 63
Número de advogados: mais de 300

JOTA
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