Nova rede levará o nome de Drogarias DPSP e terá controle dividido entre os dois controladores (Germano Lüders)

A fusão das redes Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco formará o maior varejista do país na área farmacêutica. A Drogarias DPSP S.A. nasce com uma receita bruta de 4,4 bilhões de reais e 691 lojas espalhadas por cinco estados. O negócio, confirmado na tarde desta terça-feira pelas empresas, fará com que a nova rede desbanque a líder de mercado, a Raia Drogasil, resultado da fusão da Droga Raia com a Drogasil, no início de agosto – e que possui uma receita bruta combinada de 4,1 bilhões de reais.

As marcas Drogaria São Paulo, líder no estado de São Paulo, e Drogarias Pacheco, que lidera no Rio de Janeiro, serão mantidas, de acordo com comunicado enviado pelas empresas. A gestão da nova rede será compartilhada de forma igual entre os grupos Carvalho (Drogaria SP) e Barata (Pacheco). A presidência do Conselho de Administração será ocupada por Samuel Barata, enquanto a presidência executiva ficará a cargo de de Gilberto Martins Ferreira, que presidia a rede paulista desde outubro de 2010.

A Drogarias Pacheco, com forte presença no estado do Rio de Janeiro, conta com 343 lojas e faturou 1,8 bilhão de reais em 2010. A varejista atua também em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Em 2005, adquiriu a rede mineira Drogarias Santa Marta, com mais de 50 lojas. Quatro anos depois, a empresa iniciou investimentos em lojas no estado de São Paulo.

Já a Drogaria São Paulo, com 68 anos de atuação, está presente em cerca de 70 dos principais municípios do país e 348 pontos-de-venda nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Em junho de 2010, adquiriu a rede Drogão (que era 4ª maior rede paulista), consolidando sua liderança nacional. A empresa fechou 2010 com vendas de 1,7 bilhão de reais.

Consumidor – Na opinião do professor Claudio Felisoni, do Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituo de Administração (FIA), apesar de a concentração restringir o exercício de escolha, o processo de consolidação no varejo farmacêutico não necessariamente será prejudicial ao consumidor. No caso do negócio envolvendo a Raia Drogasil e as Drogarias DPSP, a existência de duas grandes redes concorrendo em um raio de distância muito próximo cria um ambiente tão competitivo quanto o que seria proporcionado pela concorrência de dezenas de redes. "Os produtos que as drograrias comercializam são muito homogêneos e podem rapidamente ter seus preços comparados pelo consumidor, principalmente com o avanço da internet e das vendas online. Isso acaba mitigando os impactos da concentração", explica.

A Drogaria Pacheco foi assessorada pelo banco Espírito Santo e pelo escritório de advocacia Pinheiro Neto. Já a São Paulo trabalhou com o banco Patria e o escritório Machado Meyer.

(Veja.com - veja.abril.com.br 30.08.2011)

(Notícia na Íntegra)