Por
Bárbara Pombo
A
presidente Dilma Rousseff sancionou a lei que regulamenta a organização e
funcionamento das cooperativas de trabalho. As novas regras - elaboradas a
partir de um projeto de 2004 - passaram a valer na sexta-feira com a edição da
Lei nº 12.690, de 19 de junho de 2012, no Diário Oficial da União. "É uma
tentativa de regular um setor antes autônomo e dificultar a formação de cooperativas
fraudulentas", afirma o advogado trabalhista Sólon de Almeida Cunha,
sócio do escritório Machado Meyer.
Nove
dispositivos foram vetados. Um deles foi a previsão de revogar todo o artigo
442 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), segundo o qual o "contrato
individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação
de emprego".
Ficou
autorizada apenas a revogação do parágrafo único do artigo que determinava que
não existe vínculo de emprego entre os associados de cooperativa, nem entre os
associados e os tomadores do serviço. O artigo 5º da nova lei diz apenas que
"a cooperativa de trabalho não pode ser utilizada para intermediação de
mão de obra subordinada". A multa, se isso ocorrer, é de R$ 500 por
trabalhador prejudicado.
A
presidente ainda vetou o artigo 25, que previa o acesso das sociedades simples
- espécie de microempresa - aos benefícios do Programa Nacional de Fomento às
Cooperativas de Trabalho (Pronacoop), instituído pela lei. Dentre os objetivos
do programa, está o de viabilizar linhas de crédito às cooperativas a partir de
receitas da União e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
As
cooperativa deverão ser formadas por, no mínimo, sete sócios. A nova lei
concedeu direitos trabalhistas aos sócios, como remuneração não inferior ao
piso da categoria. Autorizou ainda que a assembleia de cooperados crie fundos
de provisão destinados a fins específicos. "A lei deu bastante autonomia
para a assembleia deliberar sobre gestão", diz Cunha.
Outra
novidade, segundo o advogado, é a criação de federações e confederações de
cooperativas. "Criaram um modelo análogo ao sindical que deve politizar as
cooperativas", afirma.
(Valor Econômico
23.07.2012/Caderno E1)
(Notícia na Íntegra)