Por Elton BezerraO grão-chanceler da PUC-SP, Dom Odilo Scherer, irá se reunir com membros do Conselho Universitário da universidade nesta quarta-feira (19/12) para tentar por um fim à dipusta em torno da nomeação do próximo reitor da instituição. Terceira colocada na eleição, Anna Maria Marques foi nomeada, em lista tríplice, por Dom Odilo Scherer, e vem sendo questionada pela comunidade acadêmica. No último dia 12, o Conselho Universitário da PUC-SP manteve efeito suspensivo da posse. A reunião, porém, é contestada pela defesa da Fundação São Paulo, mantenedora da PUC-SP. “A reunião do Consun foi irregular porque participaram eleitores que não integram o colegiado”, afirma Antonio Correa Meyer, do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados.A nomeação do novo reitor da PUC-SP foi parar na Justiça após o Centro Acadêmico 22 de Agosto, dos estudantes de Direito, terem pedido uma liminar para garantir os efeitos de uma resolução do Conselho que suspendeu a posse de Anna Maria. Assinada pelo juiz Anderson Cortez Mendes no último dia 10, a liminar tinha efeito até a reunião seguinte do Conselho, que aconteceu do dia 12 de dezembro. A decisão de suspender a posse de Anna Maria — mantida pela liminar — havia sido tomada no dia 28 de novembro, duas semanas depois de ela ter sido nomeada nova reitora por Dom Odilo. Apesar da contestação do Conselho, Dom Odilo manteve a nomeação.Para Meyer, a nomação por Dom Odilo foi legal e amparada no estatuto da PUC, que prevê o envio de uma lista tríplice ao grão-chanceler. “O conselho recebe o resultado, compõe a lista tríplice e a envia para o cardeal (grão chanceler), que tem a opção de nomear qualquer um dos três. A lista só tem sentido se ele puder escolher”, defende.Na PUC, votam na eleição para reitor professores, alunos e funcionários. Segundo o advogado, o atual reitor, Dirceu de Mello, foi o mais votado pelos funcionários, Francisco Serralvo pelos alunos e Anna Cintra pelos professores. No cômputo geral, Dirceu de Mello foi o mais votado. “Dom Odilo Scherer conversou com os três e optou por nomear Anna Cintra, o que está de acordo com o estatuto”, defende Meyer.A decisão, porém, não agradou parte de comunidade acadêmica, que alegou quebra da tradição de se nomear o primeiro colocado. Os manifestantes também dizem que os candidatos à reitoria assinaram antes das eleições um documento em que se comprometiam a não assumir o cargo caso não fossem eleitos pela maioira. “O cardeal não aceitou porque tudo foi feito de acordo com as regras. Tradição não tem vínculo jurídico”, diz Meyer. (Revista Consultor Jurídico 19.12.2012)(Notícia na Íntegra)