Superando as expectativas mais otimistas, o Mercado de Capitais brasileiro viveu um ano histórico. Foram mais de 50 IPOs (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), contra 24 em 2006 (número que já era considerado expressivo). Segundo dados de levantamento da agência de informações financeiras Thomson Financial, até novembro, empresas que abriram seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) captaram US$ 28,51 bilhões, um crescimento de 330% em relação ao mesmo período de 2006. Se considerarmos também outras emissões de ações, por meio da bolsa, foram captados em 2007 mais de R$ 60 bilhões, contra cerca de R$ 30 bilhões no mesmo período anterior.

O índice Bovespa acompanhou esse movimento ultrapassando os 65 mil pontos e encerrando o ano próximo aos 61 mil. Tal desempenho foi impulsionado pela liquidez internacional, pelo aquecimento do setor produtivo, pela inflação baixa e controlada, pelos juros e dólar em queda, pela expansão do crédito e pelo grande fluxo de capitais estrangeiros no Brasil. Esse panorama levou diversas empresas a optarem pela abertura de capital como alternativa de capitalização. Em que pese as implicações da crise do crédito imobiliário nos Estados Unidos, cujos efeitos ainda estão sendo digeridos, e o fato de que algumas poucas aberturas não foram tão bem sucedidas, o mercado de capitais permanece em alta. As perspectivas de que a economia e o consumo continuem a crescer e a provável elevação do Brasil ao grau de investimento ainda indicam um cenário bastante promissor para 2008.